sexta-feira, 31 de maio de 2013

PROJETO: NAVEGANDO COM VINICIUS DE MORAES NA ARCA DE NOÉ

PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL TRABALHAREMOS O GÊNERO POESIA, MAS, FOCADO APENAS NA OBRA DE VINÍCIUS DE MORAES: A ARCA DE NOÉ.






 

Apresentação






Na contemporaneidade a leitura e a escrita são um objeto de profunda apreciação para todo e qualquer educador frente às dificuldades enfrentadas em virtude da má estruturação das principais instituições sociais, escola e família. As demandas do mundo atual não bastam – se de uma atividade mecânica de leitura, escrita e reprodução, mas em escrever, ler, interpretar e compreender fazendo us destas aquisições no próprio cotidiano, ou seja, atribuindo – lhe necessariamente o valor social.





É preciso resgatar o prazer da leitura partindo das assertivas de Freire que destacou que leitura implica necessariamente em ler o mundo. O papel social da literatura infantil nos anos iniciais da lectoescrita deve ser necessariamente restituído na prática pedagógica.  Especificamente, no tocante a aquisição da leitura e da escrita, o contato com este tipo de obras pode oferecer bem mais que o universo ficcional que desvelam, pois traz em si um mundo de riquezas culturais, onde a poesia traz novas dimensões para o leitor ainda que em formação.





Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Documento Introdutório, "as instituições de Educação infantil (pré-escolas) consolidam hoje, que, um objetivo essencial na formação de crianças que estejam aptas para viver e relacionar-se em uma sociedade plural, democrática e em transformações constantes (...) Ela deve intervir com intencionalidade educativa de maneira eficiente visando a possibilitar uma aprendizagem significativa e favorecer um desenvolvimento pleno, de forma a tornar essas crianças cidadãs numa sociedade democrática" (MED/SEF, 1998).





Um dos grandes desafios posto hoje na Educação Infantil é o de constituir uma prática pedagógica voltada para compreende e assistir às necessidades da criança, que, certamente, já está vivendo os processos envolvidos na aquisição da lectoescrita, em todos os seus aspectos. Especificamente em relação à alfabetização, o objetivo a ser atingido não é mais o de "preparação", desenvolvimento de prontidões para o Ensino Fundamental, como se acreditava até então e muito se faz nas práticas cotidianas em muitas escolas. Embora em passos lentos, entretanto significativos, atualmente, a alfabetização vem deixando de ser  encarada como um momento estanque e passou a ser compreendida como um processo, no qual a Educação infantil tem papel fundamental e constitutivo.





Consequentemente, torna-se necessário estimular e possibilitar cada vez mais o interesse da criança para que, mesmo carregado de significados, o aprendizado não se perca no curso do tempo. A criança aprende se desenvolvendo e se desenvolve aprendendo e neste movimento interativo a aprendizagem e a aquisição da lectoescrita deixa de ser apenas uma atividade mecânica e passa a consistir em uma descoberta  prazerosa para a criança..





Ao relacionar os aspectos envolvidos na aquisição da lectoescrita com a relevância de oportunidades que a prática de leitura de poemas pode oferecer, pretende-se expor algumas sugestões práticas que podem ser desenvolvidas no ambiente educacional, de forma a atenuar as respostas para  o árduo desafio.





O Projeto “Navegando com Vinícius de Moraes na arca de Noé” vem proporcionar a  docentes e discentes do Colégio Super Passo um espaço para compreensão e exploração da linguagem poética traçando novos desafios para o processo ensino – aprendizagem  tornando a sala de aula um espaço encantador de trocas, de afeto, respeito mútuo e cidadania.











Justificativa





A linguagem é patrimônio da humanidade, seja ela, oral ou escrita, culta ou popular, formal ou informal, é a expressão de sentimentos, relações, vivências do próprio mundo que nos cerca. Entretanto, sabe – se que o conhecimento em sua plenitude e diversidade não é alcançado por todos, por conta de fatores políticos, econômicos e sociais. A maior parte dos alunos da escola pública tem na escola a única oportunidade de contatos com livros e alguns tipos de linguagens.





Frente a tais demandas surge a função da escola na busca de reduzir as dicotomias do conhecimento, oportunizando a todos os seus membros a vivenciar a diversidade lingüística e perceber – se como parte e produtor do conhecimento, logo propõe – se trabalhar nas  séries iniciais com as poesias de Vinícius de Moraes, compreendendo o momento como  oportunidade de  apresentação e contato com um tipo de linguagem pouco vivenciada em suas realidades.





A  linguagem poética é pouco explorada. Muitos alunos só têm a oportunidade de descobrir a riqueza da poesia já no final do Ensino Fundamental ou no próprio Ensino Médio, período em que a poesia já não é vista como o mesmo encanto, sendo mais difícil despertar tardiamente a sensibilidade para ouvir, ler e escrever poesias.





Nesta perspectiva este projeto tem como finalidade principal despertar na criança no período da  Educação Infantil , a sensibilização e o prazer em “ler”  (imagens) e interpretar poesias e poemas ampliando seu universo temático, incentivando a  oralidade, a criatividade,  e o desenvolvimento no campo da lectoescrita, além de comemorar o centenário de vinicius de Moraes..














Objetivo Geral





Despertar a sensibilidade, o interesse e o prazer em “ler”, interpretar poesias e poemas através da Obra A Arca de Noé de Vinícius de Moraes , comemorando assim, o centenário do autor.





Objetivos Específicos





·         . Interpretar poesias através da leitura de imagens


·         Conhecer a biografia de Vinícius de Moraes e sua obra “A Arca de Noé”.


·         Ampliar vocabulário


·         Oralizar os sentimentos que a poesia transmite


·         Relacionar elementos da poesia e poemas com outras áreas do conhecimento.


·         Desenvolver a imaginação e a  criatividade através da arte, com atividade escrita e apresentações.


·         Trabalhar leituras de fábulas, contos de fadas a partir dos temas abordados na obra A Arca de Noé.


·         Trabalhar o alfabeto a partir das poesias de forma contextualizada.


·         Ensinar  o alfabeto a partir dos fonemas.


·         Comparar as semelhanças das letras do título da poesia com seu nome.


·         Nomear e reconhecer diferentes animais.


·         Relacionar os animais citados na obra com as suas respectivas classes (mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes).


·         Reconhecer e discriminar numerais.


·         Desenvolver contagem de 1 até 10.


·         noções de capacidade.


·         Identificar e diferenciar através de experiências noções de massa (mais leve/ mais pesado) e capacidade ( cheio / )vazio


CONTEÚDOS:





  • Interpretação oral.
  • Leitura de imagens.
  • Estudo do próprio nome.
  • Apresentação das vogais e consoantes a partir das poesias.
  • reconhecimento das letras do alfabeto,
  •  desenhos livre a partir de imagens,
  • Vocabulário matemático.
  • História dos numerais
  • Numerais 1 até 10.
  • Noção de capacidade: cheio /vazio.
  • Noção de massa: mais pesado/ mais leve.
  • Historia e formação do universo.
  • Elementos do universo: o sol, a água, o ar, e a terra.
  • Sistema solar: a terra.
  • O homem e os animais.
  • Conhecendo melhor os animais: os mamíferos, os peixes, as aves, os répteis, e os anfíbios.
  • Animais domésticos e selvagens.
  • Animais úteis e nocivos.




















AÇÕES:


  • Construção do painel da arca.
  • Apresentação da vida e obra (a arca de Noé) de Vinícius de Moraes.
  • Audição das músicas do CD “Arca de Noé”, de Vinicius de Moraes e Toquinho. 
  • Utilização das poesias do livro a Arca de Noé para trabalhar os conteúdos de forma interdisciplinar.
  • Oficinas de artes para construção de animais: origami, palitos de fósforos, sucatas
  •  Aplicação da dinâmica dos sons.
  • Contação de historias a partir de fantoches de palitos, livros, televisão de papelão, audição de cd, dedoches.
  • Construção do álbum.
  • Produções de cartazes com recortes e colagens.
  • Realizações de experiências para identificar noções de capacidade, massa e alguns elementos do universo.
  • Confecção e aplicação de jogos, alfabeto de encaixe, dedoches.
  • Realização das brincadeiras: senhor caçador, Coelhinho sai da toca, coloque a cauda no burro (outro animal).
  • Passeios para observação de diversos tipos de animais e seus respectivos habitat.
































AVALIAÇÃO





            A avaliação desse projeto será processual e contínua. Cabe ao professor acompanhar o desenvolvimento dos alunos em todas as etapas do projeto, considerando o interesse, participação e valorização das criações individuais e coletivas.








CULMINÂNCIA





A culminância será realizada com a presença dos pais que prestigiarão as produções e a apresentações de seus filhos:


  • Recitais.
  • Jograis.
  • Dramatizações.
  • Coro falado.
  • Coreografias.












































Referências





BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para educação infantil. Brasília, DF: MEC, 1998.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 30.ed., São Paulo: Paz e Terra, 2004.





___________. A Importância do Ato de Ler . São Paulo : Cortez., 2003





A arca de Noé — Vinicius de Moraes, Companhia das Letrinhas,


São Paulo












ANEXOS:



SUGESTÕES DE HISTÓRIAS INFANTIS QUE PODEM SER LIDAS DURANTE A APLICAÇÃO DESSE PROJETO:



Poesia A casa – os três porquinhos, Chapeuzinho Vermelho.


Poesia O Pato – O patinho feio.


Poesia A Galinha D´Angola - A Fuga das galinhas.


Poesia O Porquinho – OS três porquinhos.


A Formiga – A Cigarra e a Formiga


O Pintinho – Meu pintinho amarelinho (a poesia pode ser apresentada como uma história)





SUGESTÕES DE MÚSICAS PARA TRABALHAR NESSE PROJETO:





A Formiga - A formiguinha.


A Casa - Casinha enfeitada,  Era uma casinha.


O Elefante – Um elefante, Bila-bilu.


O Pato – Cinco patinhos, todos os patinhos.


O Gato –   atirei o pau no gato, não atire o pau no gato, Meu gatinho amarelinho.


A Galinha da Angola – O galo e a galinha.





História do Dilúvio


Quase todas as crenças religiosas da antigüidade possuem o mito do dilúvio, até o século XIX, o dilúvio era considerado como verdadeiro, porém com o avanço tecnológico e científico o homem iniciou um processo de descrença neste ocorrido. Porém a geologia contemporânea comprova que ocorreu na região do Crescente Fértil um dilúvio que abrangeu todo o mundo conhecido da época.



O Dilúvio


Não se sabe exatamente qual a origem do mito do dilúvio, porém esta história é representada das mais diversas formas por boa parte das civilizações conhecidas.


"Supõe-se que a idéia de dilúvio seja baseada na lembrança de alguma catástrofe produzida por inundações. Essa noção, porém, surge sempre como um castigo divino à maldade, vícios e devassidões a que se entregavam os homens." (Dicionário de Mitologia greco-romana, São Paulo: Abril Cultural, 1973).



A história bíblica do dilúvio


A história bíblica do dilúvio, a história de Noé, nos mostra um Deus descontente com as imprudências humanas, Deus resolve destruir os homens, porém poupa Noé sua esposa e três filhos com as respectivas esposas. A história do dilúvio bíblico conta que Deus ordena a Noé que construa uma arca e que deve convocar um casal de todos os animais viventes para que sobrevivam ao dilúvio.


"De tudo que vive, de toda carne, dois de cada espécie, macho e fêmea, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo." (Bíblia Sagrada, Almeida Revista e Atualizada, Sociedade Bíblica do Brasil.)


Como nos conta a história bíblica, Noé e sua família ficam quarenta dias e quarenta noites debaixo de chuvas, toda a espécie humana é destruída, sobrando somente os tripulantes da arca. Quando sai da arca, Noé firma uma aliança com Deus, onde este promete que nunca mais haverá outro dilúvio igual.

 

PROJETO: POESIA EM CENA

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IDENTIFICAÇÃO:

Colégio Super Passo
Rua Dom Climério, Nº 01, Jequié- BA

Telefone: 3525 2976

Faixa etária dos alunos:

 1º ao 9º ano do Ensino Fundamental

Tempo de duração do projeto:
·                     II unidade
Temas Transversais:
      Ética, Cidadania, Meio Ambiente, pluralidade cultural.





INTRODUÇÃO


            O que é um poema? O que é uma poesia? Qual a sua importância na formação dos educandos? Como selecionar textos adequados para tal especificidade? Como despertar e fazer enxergar a poesia que há no mundo? Questionamentos como esses e outros mais é que nos levaram, a elaborar esse Projeto.
            Na tentativa de desenvolver o gosto pela leitura e pelo imaginário, bem como explorarmos mais esse tema controverso, poesia, e na maioria das vezes mal trabalhado em sala de aula, é que nasce o desejo de adentrar nessa temática: poemas e poesias com os alunos do ensino fundamental, anos finais. Cabe acrescentar que tudo que girar em torno do “tema”, será selecionado de acordo com a proposta curricular e com o nível dos alunos, das suas capacidades de entendimento e compreensão. Podemos afirmar que todo trabalho envolvendo leitura e escrita precisa apoiar-se ao mesmo tempo em valores didáticos e pedagógicos numa perspectiva colaborativa tal como preconiza Maria Tereza Freitas (2003) Nenhum conhecimento é construído pela pessoa sozinha, mas sim, em parceria com os outros que são os mediadores.
            Podemos interferir nesta realidade de forma significativa, contribuindo com este processo ensino-aprendizagem, mediando a construção do conhecimento pelos discentes que também são agentes transformadores e produtos de cultura, reconhecendo que a leitura e a escrita são instrumentos básicos em todas as áreas do conhecimento e propiciar aos alunos a compreensão da realidade como processo/produto das relações sociais que o homem produziu a partir das suas necessidades, lhe conferindo a capacidade de ler melhor o mundo em que vive e nele interferir de forma crítica e consciente através das poesias. Visto que, todo bom leitor é bom leitor é bom aprendiz, fato importante para o êxito tanto na escola quanto na vida ulterior, quando se precisa estar preparado para nos adaptarmos a novas circunstâncias, pois como afirma Freire (1996) [...] a leitura do mundo precede a leitura das palavras.
            É pertinente mencionar que a poesia está no mundo originariamente antes de estar no poeta ou no poema, por isso podemos encontrar objetos ou situações do mundo que são “poéticos”. O objetivo, à priori, é ressaltar a importância das técnicas de incentivo ao hábito de leitura e escrita, voltadas à descoberta individual do prazer de ler e escrever, frente às representações a do universo imagético, além de despertar no aluno a sensibilidade, para que o mesmo possa perceber a poesia que há no mundo e transformá-la em poema.



FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

            A leitura é um dos meios mais eficazes de desenvolvimento sistemático da linguagem, e diante da paradoxal deficiência de formação específica para as questões relativas à sua complexidade e problemática é que Viana (1999,p.5) escreveu:

Ler e escrever são atos indissociáveis. Só mesmo quem tem o hábito da leitura é capaz de escrever sem muita dificuldade. A leitura (...) permite-nos refletir sobre as idéias e formular nossa própria opinião.

             Sendo assim, consideramos de importante relevância o papel da escrita como prática social e cultural, pois permitem aos homens, a conservação dos conhecimentos produzidos por eles, enquanto que a prática da leitura os conduzirá às reflexões e questionamentos das coisas que fazem parte do mundo, e conseqüentemente de nossas vidas.
            Pode-se questionar se o uso constante das diversas tecnologias visuais e auditivas (sem desmerecer a sua importância) não nos leva a uma acomodação e desinteresse pela leitura/escrita, já que muitos de nós, preferem sentar-se confortavelmente e assistir a um tele-jornal, a ler a todo um jornal, procurando analisar com discernimento o que está escrito nas entrelinhas e etc., da realidade que nos são apresentadas.
             Ledir (2001, p.12), foi muito feliz ao preconizar que:

 Como se não bastassem, os costumes sociais também aboliram a escrita. O cidadão moderno passa anos sem escrever (...) até mesmo os cartões postais de felicitações, etc., estão prontos no mercado, bastando assiná-los (...) o próprio espírito do homem moderno conspira contra a prática da escrita. Estamos sempre com pressa (...) a maioria dos nossos alunos passam anos sem ler uma obra de ficção, ou mesmo de história, etc.

            Temos consciência que aprendemos a escrever a partir do que lemos e é nesse contexto que o professor de Língua Portuguesa (não só ele como os demais) precisam despertar nos alunos  esse interesse  pela leitura, seja em forma de textos (não só os didáticos), imagens, sons, poemas e etc., mas de maneira prazerosa e sem cobranças avaliativas posteriores.
            De modo geral, nas escolas, a leitura não é trabalhada como deve realmente ser, levando em consideração as estratégias de leitura e as habilidades lingüísticas. Quando o assunto é poema aí é que é visto superficialmente, pois o mesmo é considerado como um “passatempo” ou como diz Ana Elvira (1997, p. 151) texto sem maior elaboração, pois nenhum dos elementos da sua estrutura foram desvendados. É preciso chegar ao poema.  Tudo isso porque a forma em que é trabalhada faz com que os alunos não consigam refletir sobre o uso dos diferentes tipos de linguagem e sentir a emoção estética ao ouvir, ler e criar um poema. Segundo Ana Elvira (1997, p.152)         

(...) uma abordagem do poema em sala de aula, que tem como objetivo ensinar, deve passar por quatro grandes momentos. (...) Antes de chegarmos aos quatro momentos da análise do poema, é necessário esclarecer que ensinar literatura não consiste em apresentar conceitos operatórios que tragam em si soluções de “como fazer”.

 Por essa razão George Steiner, (1988, p. 59) fala sobre a literatura e o seu papel:


Um poema magnífico, um romance clássico entra à força em nosso interior; tomam de assalto e ocupam as praças fortes de nossa consciência. Exercem sobre nossa imaginação e desejos, sobre nossas ambições e sonhos mais secretos, um domínio estranho e contundente. Quem queima livros sabe o que está fazendo. (...) Ler corretamente é correr grandes riscos, é tornar vulnerável nossa identidade, nosso autodomínio.

             Agora, com esse pressuposto de deslocar-se o objetivo da simples aplicação de conteúdos programáticos para uma reflexão sobre esses objetivos e estratégias, poderemos chegar ao poema.
         Para o professor Pedro Lira (1986) existe diferença entre poesia e poema.

Poema está caracterizado como um texto escrito (primordialmente, mas não exclusivamente) em verso, e a poesia, por sua vez, abrange dois conceitos: ora uma pura e complexa substância imaterial, anterior ao poeta, independente do poema e da linguagem; ora como o estado em que o indivíduo se coloca na tentativa de captação apreensão e resgate dessa substância no espaço abstrato das palavras, ou seja, a poesia é uma substância imaterial e o poema, concreto.

            Segundo Rubem Alves,

A escola tem dois objetivos: O primeiro é dar ferramentas para vivermos, como aprender a caçar. (...) a somar, diminuir. São enfim, saberes que precisamos para sobreviver. O segundo diz respeito a aquelas coisas que não servem para nada, mas nos dão prazer. São elas cantar, ler poesia, ouvir música, (...)”.

            Acreditamos que o poeta ao expressar-se assim, corrobora com nossa convicção de que o texto poético não deve vir como pretexto para outras interpretações que não as dele próprio. Ou seja, uma leitura prazerosa que possa propiciar aos educandos um conhecimento novo, intrínseco, capaz de despertar emoções e atitudes favoráveis a um bom relacionamento com a vida e consequentemente com as pessoas.

            Completando a sua fala, acrescentamos o pensamento da escritora e poeta Ana Maria Machado: Um texto não é poético só porque está escrito em versinho e termina com palavras que rimam. (2002. p,6) É muito difícil – talvez impossível – definir o que seja poesia. Mas, com certeza ela tem a ver com dois aspectos. O primeiro é uma visão diferente e inesperada das coisas, como se elas estivesses sendo contempladas pela primeira vez e, com isso, revelassem um sentido surpreendente e iluminador, capaz de emocionar e fazer entender melhor a própria vida. O segundo é um emprego da linguagem que também se mostra diferente do que usamos na comunicação habitual. A poesia pode explorar a musicalidade das palavras, a capacidade de criar imagens com elas, de aproximar coisas diversas por meio de comparações ou oposições. Em suma, um poeta trata mais da expressão do que da comunicação e consegue encarar a língua como um manancial inesgotável de recursos à disposição das pessoas.

            É comum ouvirmos de alguns alunos e também dos pais desses, que trabalhar com textos poéticos é uma “pura perda de tempo”. Não percebem que através deles, além de “humanizar” as pessoas, eles brincam com o leitor, emocionam e o faz pensar.

            Temos conhecimento que a poesia e o poema são explorados nas escolas como um “texto a mais” a ser interpretado não pela emoção que ele possa causar e sim, pelo que dele se pode tirar, a exemplo de exercício relacionados às teorias gramaticais, cuja leitura é imposta pelo professor.

            Entendemos que independente dos poemas escolhidos eles propiciarão aos educandos, entre outras coisas, o enriquecimento vocabular, a capacidade de construir outros poemas com maior clareza e, conseqüentemente, a uma escrita mais elaborada. E a tudo isso, o professor deve estar atento para, só então, conhecedor de grau de dificuldade dos alunos, reverem seus conceitos.
                                         

OBJETIVO GERAL:

v  Comemorar o centenário do Poeta Vinícius de Moraes e promover situações reais que despertem nos discentes a compreensão e interpretação e o interesse acerca das produções poéticas.


 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

v  Reconhecer a poesia como meio de expressão dos sentimentos e ideias inerente  ao ser humano.
v  Despertar a sensibilidade e gosto por textos poéticos.
v  Identificar as diversas formas de sentimentos presentes nos poemas.
v  Distinguir poesia de poema.
v  Incentivar a criação de poesias e poetas no âmbito escolar.
v  Estudar os poemas sua forma peculiar e suas sonoridades.
v  Estudar recursos poéticos, como repetições, aliterações e assonâncias.
v  Conhecer algumas formas fixas de poemas.
v  Aprender sobre como as palavras se formam em nossa língua.
v  Exercitar um “jeito poeta” de ser e participar de um sarau na culminância do projeto.

CONTEÚDOS:

·         Conceito de poesia e poema.
·         Poesia e poema: forma e substância.
·         Linguagem poética.
·         Recursos poéticos: repetição, assonância, aliteração; ritmos e métricas;
·         Estrutura de palavras: radical, afixos, desinências, vogal temática, tema.
·         Formação de palavras: derivação, composição, radicais compostos eruditos, onomatopeias, redução.


ESTRATÉGIAS:

*      Pesquisar e apresentar vida e obra de poetas brasileiros, incluindo Vinícius de Moraes ( nosso homenageado)
*      Levantamento de discussões: O que é um poema? O que é uma poesia? Qual a importância na formação dos educandos? O porquê da escolha do tema.
*      Estudos de estruturas de poesias e poemas: Falando em ritmos, as estrofes, as rimas, a enumeração.
*      Apresentação de poesias de diversos poetas:
*      Momentos práticos: Poesias (re) cortadas e (re) contadas.
*      Exibição de filmes fazendo paralelo com poesias analisadas.
*      Confecção de um livro de poesias.
*      Discussões sistematizadas acerca dos temas: formação e estrutura de palavras;
*      Confecções de cartazes.
*      Criação de vídeos;
*      Postagens no blog: colegiosuperpasso.blogspot.com

CULMINÂNCIA:

Para encerramento desse projeto será realizado o “ Sarau do José Mendes ” no qual os alunos farão apresentações:

*      Apresentação de vida e obra de poetas renomados.
*      Recital de poesia;
*      Lançamento do livro de poesia confeccionado no decorrer do projeto.


AVALIAÇÂO:

              A avaliação é uma ação de extrema relevância posto que nos dá subsídios para analisarmos se a proposta almejada foi alcançada ou não. Diante disso, vê-se a necessidade dessa prática ser realizada em todo o decorrer do projeto, para que,caso haja necessidade de reformulação de atividades ou discussões, isso ocorra sem prejudicar o processo ensino-aprendizagem. Por isso, em toda a aplicação desse projeto serão analisados os seguintes aspectos:

*      Participação contínua dos educandos;
*      Desenvolvimento do senso crítico;
*      As pesquisas realizadas;
*      Produções individuais e em grupos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CHIAPPINI, Lígia. Aprender e Ensinar com Textos Didáticos e Paradidáticos. São Paulo: Cortez, 1997.

JAKOBSON, Roman. O que fazem os poetas com as palavras. Colóquio/Letras, n.12, Lisboa, mar.1973

LIRA, Pedro. Conceito de poesia. Série Princípio. Rio de Janeiro: Ática, 1986.

OLIVEIRA, Gabriela Rodella, Flávio Nigro Rodrigues, João Campos Rocha Português: A arte da palavra, 6º ao 8º ano,São Paulo:Editora AJS Ltda, 2009.